Fabio Augusto da Silva
Lima
Contato:
fabioasl@gmail.com
Era um garoto, e como
eu, amava os Beatles e os Rolling Stones. Na verdade, amava muitas outras
coisas da vida. Já faz um tempo, ah, tempos, belos tempos, tempos que já não voltam
mais. Antigamente eu sabia o que fazer. Hoje não sei tudo mudou. Quero me
encontrar, mas não sei onde estou. O melhor esconderijo, a maior escuridão, já
não serve de abrigo, já não dão proteção. Eu ando tão down, confuso, um momento
de embriaguez. Mas quem sabe, a vida é não sonhar. Ou talvez, somos quem podemos
ser, sonhos que podemos ter. Vai ver que é assim mesmo, e vai ser assim pra
sempre, vai ficando complicado e ao mesmo tempo diferente, estou cansado de
bater e ninguém me abrir. Mas Marvin, eu aprendi, agora é só você, e não vai
adiantar, chorar vai me fazer sofrer. O mais engraçado é que toda a dor vem do
desejo de não sentirmos dor. Contradição? Queria ter liberdade, me expressar,
mas me sinto preso. Preso dentro das grades que eu mesmo construí. Pensei que
tinha liberdade, mas na verdade, era só ilusão. Tudo está padronizado,
massificado, ou se encaixa no sistema ou se está fora. Indústria cultural!
Nesses tempos sombrios, tudo se torna mercadoria, produto a ser explorado e
vendido. O que vale é o lucro, ter em detrimento do ser, aparência desprovida
de essência. Sociedade do Espetáculo. Vejo o BBB e imagino: ratos de
laboratório. Mas a diferença é que os ratos ainda servem de algo a sociedade.
De qualquer forma, de que adianta protestar, estamos todos programados,
brothers e espectadores. O pop não poupa ninguém. Mas talvez estejamos todos no
mesmo barco, nessa terra de gigantes, que trocam vidas por diamantes. Humano
demais? Porque a gente é assim? Não tem explicação. Às vezes o que eu vejo
quase ninguém vê. Pra ser sincero, nada mais me surpreende. Reza a lenda que a
gente nasceu pra ser feliz. Ouro de tolo. Me enganaram e eu também vou
reclamar. Alivio imediato. Tudo é efêmero e transitório. Mas como disse o poeta
que está vivo, o tempo não para! Somos todos passageiros nessa infinita highway.
Tudo está em movimento. Eu sei. Novos horizontes, se não for isso, o que será?
*texto inspirado a partir de letras
e refrões de compositores e bandas nacionais.