Clóvis Santa Fé Junior
clovis.santafejr@ig.com.br
Recomendo fortemente que
vejam este vídeo e reflitam sobre o modo de vida que estamos levando. Há várias
implicações que poderia levantar aqui, mas uma das principais está relacionada
com o provérbio "o que os olhos não vêem o coração não sente".
Estamos nos tornando de todo insensíveis? Isso pode se virar contra nós?
Esse vídeo expõe bem a
discussão final do texto "A Técnica", em que discutimos na FATEC -
Sertãozinho algumas constatações propostas
pela Teoria Crítica Frankfurtiana (representada principalmente por Horkheimer,
Adorno e Marcuse) sobre nossa sociedade administrada pela razão instrumental e
não pela razão vital. Essa mesma discussão me faz lembrar como os irmãos
Wachowski (criadores do Filme Matrix) possuem certa genialidade ao
problematizarem em seus filmes essa questão da "insensibilidade"
trazida por uma sociedade tecnológica. Em Matrix, principalmente na cena em que
mostram que os seres humanos não nascem mas são cultivados muito semelhante aos
porcos neste vídeo. E em seu novo filme, "A Viagem" (Cloud Atlas), os
irmãos retomam esse questionamento mostrando o que se fazia com as garçonetes
da Nova Seul de 2113.
Aí está o perigo de uma
sociedade altamente tecnológica, a desumanização completa. E, por este motivo,
a questão da Liberdade tratada em seus filmes se torna primordial. Liberdade
ali é sensibilidade, colocar-se no lugar da diferença, no lugar do outro. O
problema essencial então que procuram apontar é que nossa insensibilidade -
nutrida por uma tecnologia produzida por uma sociedade que mais aliena do que
liberta - pode crescer a um ponto de criarmos duas categorias de humanos:
humanos (ricos) e sub-humanos (pobres).
Daí o que acontecer aos
seres humanos de 2ª categoria não terá a mínima importância. Por isso, a
importância da discussão de Alvin Toffler sobre o surgimento da civilização de
Terceira Onda e qual o lado que apoiamos. Baseando-me nele posso afirmar que o
que se vê neste vídeo é o pensamento de 2ª Onda se realizando concretamente.
Não há espaço aqui para
o "espanto filosófico", só padronização, padronização e padronização.
Mas creio ainda haver tempo para fazer diferente e colocar a tecnologia (Razão
Instrumental) submissa aos princípios da Razão Vital. Por isso os rumos da Política
daqui para frente (uma nova política?) será crucial como nunca antes. Que tal
refletirmos sobre isso?
Abraço a todos!