domingo, 27 de maio de 2012

Porque amanhã, se o hoje é agora?




Fábio Augusto da Silva Lima
fabioasl@gmail.com

O entusiasmo que Chico Buarque nos trás ao cantar “amanhã vai ser outro dia...” pode ser visto e interpretado de forma diferente nos dias de hoje. Não querendo ser pessimista e muito menos desconsiderando o contexto no qual foi escrita essa belíssima canção, mas na verdade, minha intenção nessa reflexão é tratar da importância de se viver o hoje! Com isso, defendo a ideia de que devemos viver o presente, o real, o agora. Isso não quer dizer que esse viver o hoje seja voltado apenas para os prazeres ou para um *carpe diem desmedido e inconsequente, não! Na verdade, proponho um viver agora atuante, intenso e significativo, mas, sobretudo participativo, não só na esfera individual, mas também política.
O poeta Mario Quintana escreveu no poema o tempo que “a vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa”. Nesse sentido, ele nos provoca no sentido de que sempre estamos nos protegendo dentro de uma “casca dourada e inútil das horas”, protelando nossos sonhos e metas para um futuro invisível e incerto. Isso quer dizer que tudo passa, independente do que você faça para se proteger do tempo. Se levarmos em consideração o mundo atual, essa velocidade das horas é potencializada pelo avanço da tecnologia, principalmente a internet, que nos trás a sensação de que o tempo passa mais rápido, diferente de outras épocas.
No entanto, podemos fazer diferente, se ao invés de sermos meros expectadores, assumirmos uma postura de protagonista de nossas vidas. No mesmo poema, Mario Quintana lamenta o fato de que “se me fosse dado outro dia, outra oportunidade, eu nem olhava no relógio”. Ora, a experiência da vida é o que temos de mais precioso e é no hoje que ela se faz presente, então viva-a intensamente para não se arrepender depois, pois como bem disse o romano Sêneca “dedica-se a esperar o futuro apenas quem não sabe viver o presente”.

*Carpe diem: “aproveite o momento”

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