Fabio Augusto da Silva
Lima
Contato:
fabioasl@gmail.com
Ultimamente tenho me
indagado sobre o sentido da escola no mundo contemporâneo. Alguns poderiam
dizer que a escola é o local de ensino e aprendizagem de crianças e jovens, de
informação e conhecimento, bem como formadora das futuras gerações. Ora, se for
pensarmos nos dias atuais, existe outros meios que também realizam esse papel,
como a Mídia e a religião, por exemplo. E aqui, não se trata de exaltar essa diversidade,
o que quero dizer, é que nesse sentido, a escola vem progressivamente perdendo
sua função de ser.
No que se refere à
religião, sabemos que Igreja, no caso a católica, sempre esteve presente nos
processos educacionais do mundo ocidental moderno, influenciando no modelo de
escola, nos currículos, principalmente no continente europeu, mas também
atuando nas colônias, aja vista o processo de catequização dos índios
brasileiros pelos jesuítas. Na atualidade, embora tenha perdido força, a Igreja
católica ainda exerce certa influencia na educação, mas não há dúvida de que quem
se destaca são as Igrejas evangélicas. No entanto, não quero entrar aqui no
mérito se educam bem ou mal, mas afirmo que educa.
Porém, a grande concorrente
da escola é a Mídia, principalmente por meio da televisão e a internet. No caso
da televisão, é ela que dita os modos, hábitos e costumes das pessoas, o que é
certo ou errado, o que é belo e o que é feio, etc. Desse modo, a televisão
exerce sua influencia por meio do poder das imagens e tem nas novelas, sua
grande joia. Já a internet se destaca pela infinidade de informações e
conteúdos que oferece, pela sua dinâmica e rapidez, possibilitando a conexão e
interação de pessoas das mais diferentes partes do mundo de forma quase
instantânea.
E a escola? Ora, a
escola como afirma o filósofo Mario Cortella, tem alunos do século XXI,
professores do século XX e metodologias do século XIX. Ou seja, enquanto a
sociedade e o mundo se transformaram, a escola continua a mesma, tradicional,
conservadora e anacrônica.
Nesse sentido, nos cabe fazer
a pergunta do titulo desse artigo: Para onde vai à escola? Se continuar assim,
com certeza irá entrar em desuso, se tornar obsoleta, uma instituição sem
nenhuma finalidade. Mas será então que é possível resgatar a escola desse fim?
Eu acredito que sim, mas
para isso, no entanto, é preciso que a escola se reinvente, se renove. Em
primeiro lugar ela deve ser socializadora da diversidade presente na nossa
sociedade. Além disso, é importante que ela
esteja conectada com o seu entorno, possibilitando a participação da comunidade
nas suas decisões, e que seja, sobretudo, ativa, criadora e transformadora. E
mais. A escola deve fazer sentido para o aluno, estimular seu envolvimento,
curiosidade e criatividade.
Para tanto, é preciso
que a escola tenha autonomia. Como diz o educador José Pacheco, da Escola da
Ponte em Portugal, autonomia não se dá, se constrói. Nesse sentido, é
importante que a autonomia seja construída junto com todos os participantes da
escola, mas principalmente com os alunos. Assim, essa nova escola poderá possibilitar,
lembremos Paulo freire, uma autonomia enquanto prática de liberdade. Esse seria
talvez, um bom caminho a seguir.
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