Ana Paula Silveira
E-mail: a_silveirapaula@yahoo.com.br
O
mês de junho é regado de comemorações “Juninas”, festa típica da cultura
brasileira, época em que os educadores ensaiam para apresentar danças,
brincadeiras e teatros.
Pois
bem, nesse momento alguns estudantes, sobretudo CRIANÇAS se mostram: racistas,
gordofóbicos, homofóbicos, xenofóbicos e tudo mais que existir de preconceito
em relação ao diferente.
Mas
quem são os diferentes? Se essas crianças preconceituosas se encontram no mesmo
patamar daquela que discriminou, o mais bizarro é ver negros sendo racistas,
porque a sociedade o faz acreditar ser branco.
Mas
quem ensinou essa criança a ser preconceituosa?
A Escola ensina a ser racista?
Observando
alguns comportamentos, chega-se a conclusão que as crianças reproduzem práticas
preconceituosas advindas do ambiente familiar e social (esse social pode aqui, ser
considerado a Escola) esse preconceito é geracional, pois se origina na família
e se consolida no ambiente escolar, quando há ausência de práticas docentes
críticas em relação ao tema.
Os
responsáveis pelos estudantes se direcionam até a Escola para afirmarem, que as
crianças não irão se apresentar nas festividades juninas, assim impedindo as
crianças “passarem vergonhas” por não estar ao lado de uma “top model” ou um
“world mister” que seguem padrões de beleza.
Os
responsáveis ao invés de investigarem o porque da recusa em participar das
apresentações e tentar modificar a situação, apenas contribuem para difusão e
solidificação do preconceito.
Embora
haja uma luta constante contra o bullying e o preconceito, algumas práticas
escolares reproduzem a discriminação. Não se pode excluir totalmente a Escola
da solidificação do preconceito, pois é um ambiente que não acolhe os
“diferentes”, como deveria acolher.
Você
que nesse momento lê esse texto reflita se em algum momento sua prática docente
reproduziu a práticas preconceituosas.
Pense,
de modo crítico, e questione o quanto você já contribuiu para extirpar o
preconceito da sociedade em que vive?
O
ambiente escolar não deve ser o ambiente em que o preconceito ganhe forças,
onde o preconceito se torne a arma de defesa, desses sujeitos na sociedade,
tornando os sujeitos cidadãos acríticos, cidadãos crentes em, estereótipos de
padrões de beleza, mas que não se enquadram, mas os utilizam para discriminar os
demais sujeitos.
As
pessoas acham que fazem parte do grupo do Eu, mas na verdade fazem parte do
grupo do Outro, existe uma falsificação e uma exclusão branda que permitem as
pessoas esquecerem suas origens, seu lugar de partida.
Uma
das funções da Escola é oferecer condições para esses sujeitos, lembrando-os de
suas origens ou mesmo mostrar que não habitam o grupo do EU, mas sim o do
Outro. Oferecer condições critica para esses sujeitos combater os preconceitos
dentro dos grupos que habitam.
Como
combater o preconceito nos ambientes escolares, se o mesmo surge do ambiente familiar?
As famílias (todos os tipos de família existente na contemporaneidade) precisam
frear o preconceito, juntamente com práticas docentes críticas que fazem as
crianças refletirem que suas ações não condizem com uma sociedade igualitária.
Práticas
docentes carregadas de conhecimento que contribuam para mudanças de práticas
sociais e não para conhecimentos medíocres que propagam o preconceito, frente a
diversidade brasileira, são fundamentais para a superação do racismo, como também
das diversas formas de preconceitos.
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